Flores em Bruges - Bélgica |
Fico eu aqui durante quase uma semana sem escrever. Falta de assunto? Falta de receita? Falta de tempo? Famoso NDA do Enem. Nenhuma das alternativas anteriores. Na verdade, receitas pululam de meus livros, meus cursos e minha mente. Inúmeras alternativas a serem produzidas e fotografadas. Assuntos? Nunca tive uma língua tão destravada na vida. Não sabia que eu tinha tanto assunto!
Ultimamente, tenho conversado com as pessoas que caminham na rua, no metrô, com velhos, crianças, doentes, mães, com ascensoristas, trocadores, taxistas, garçons, atendentes, moças das lavagens de copos, pretos, brancos, com judeus e árabes, qualquer um. Tudo é motivo. É uma verborréia mesmo. Incontinência assuntal. E quanto ao tempo, amigos, ah...como diria meu sábio pai, é só uma questão de prioridade.
Ultimamente, tenho conversado com as pessoas que caminham na rua, no metrô, com velhos, crianças, doentes, mães, com ascensoristas, trocadores, taxistas, garçons, atendentes, moças das lavagens de copos, pretos, brancos, com judeus e árabes, qualquer um. Tudo é motivo. É uma verborréia mesmo. Incontinência assuntal. E quanto ao tempo, amigos, ah...como diria meu sábio pai, é só uma questão de prioridade.
Na verdade, a ausência deste espaço pode ter a ver justamente com esta porteira-mental escancarada. Acho que no final tenho medo de escrever demais aqui e me tornar enfadonha. É que um blog, na minha opinião, requer brevidade. E eu estou cada vez mais desbocada e prolixa. Falta espaço para receita! E paras fotos também. É como se a vida fosse uma grande rota de mercadores, como uma feira livre imensa... Tanta banca pra passar, ver, experimentar, tanto cheiro, tanta coisa para falar, contar e trazer no retorno de sua rota, que você acaba extasiado com todas as alternativas. Quer falar de tudo, e no fim, de nada. Quer por os pés pra cima e tentar refletir sobre tudo que coletou nesta grande feira que é a vida.
Telhado de uma casa em Bruges - Foto: Renato Spadafora |
É, eu sempre fui uma apaixonada por feiras. Menininha acompanhava minha mãe, segurando o saquinho de limões. Depois nos bancos da escola, apaixonei-me por uma tal Feira de Flanders. E eu não cansei de estudar esta parte da história, o renascimento comercial. Paixão, coisa de louco mesmo. Sonhando acordada, pensava como um mercador poderia sair lá de Veneza - minha cidade luz, minha segunda casa, onde eu quero morrer um dia, e ir viajando, no fim da Idade Média, por trilhas e caminhos sem nenhuma infraestrutura até atingir Flanders e Bruges - que é um encanto de cidade também e tem comidas maravilhosas! Ah, preciso contar mais de Bruges aqui. - E quantas experiências e especiarias estes caras carregavam e transportavam. E, no fundo, no fundo, a história destes mercadores é uma história de alma, pois carregavam mesmo os temperos da vida.
Foi assim que eu fui parar na faculdade de Economia e depois na de Direito. Me encantei com a história da bancarrota. Uma vez me contaram que a falência - instituto consolidado do direito comercial - derivou do fato de o sujeito ter sua banca toda quebrada e apedrejada, quando não honrava seus compromissos com seus credores. A palavra bancarrota deriva do italiano "banca rotta", banca (=comércio) quebrada. Lindo, né? Já era surtada assim desde de cedo, viu! Tive que conferir na faculdade. Sobre Economia, então, nem se fala, o câmbio, a primeira circulação de moedas, os percursores das paridades monetárias, o primeiro germe da globalização... Ah, amo muito tudo isso!
Do campanário da Basílica de San Marco Veneza Foto: Renato Spadafora maio, 1997 |
Mas, no fundo do meu coração... lá na minha alma, eu não tive oportunidade de perceber que eu gostava mesmo era dos temperos. De carregar as histórias e de cozinhar com eles. E de vender minhas comidas e minhas idéias. Tenho que confessar, sou uma alma mercadora. Tudo bem. Façamos, então, com diz o meu dileto cronista, Fernando Sabino, diante da interrupção, um caminho novo. "Do sonho, uma ponte. Da procura, um encontro."
E assim, passo para a receita que conta com autênticos ingredientes das feiras, trigo, cerveja, o sal e as especiarias. Voilá!
Ingredientes:
275 gramas de farinha de trigo
175 gramas de farinha de trigo integral
2 colheres de chá de gengibre em pó
1 1/2 colher de chá de sal
2 colheres de sopa de fermento em pó instantâneo
25 gramas de manteiga sem sal
3 colheres de melado
300 ml de cerveja escura forte em temperatura ambiente.
Modo de fazer: Misture os cinco primeiros ingredientes. Adicione o fermento, a manteiga e o melado. Depois faça uma cova no meio e vá despejando a cerveja aos poucos. Misture até obter uma massa homogênea. Sove a massa e deixe descansar enrolada num filme de PVC até dobrar de tamanho. Sove novamente. Abra a massa em duas assadeira e cubra com filme de PVC e deixe novamente dobrar de tamanho. Asse em forno preaquecido a 200˚C por 30 min ou até que os pães estejam dourados e com som de oco ao bater na casca superior.
Aproveitem o pão neste fim de semana lindo
que desabrocha!
Que tal ir a feira de bike hoje?
BEIJOS!!!
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