terça-feira, 20 de novembro de 2012

Vera Primavera: Strozzapreti Toscano

Mesa de Restaurante na Toscana
Está chovendo granizo aqui em casa em São Paulo. Hoje, em plena primavera. Meu sobrinho provoca uns politécnicos no Facebook para saber porque está saindo fumaça da piscina do prédio. Não tem resposta... Pudera. Estão todos abismados com o fenômeno da física deturpando a primavera. Sem palavras, sem respostas, nem dos universitários, corri, para conferir no meu livro de estudos - o que Einstein diria para seu cozinheiro? Tem alguma coisa a ver com gelo seco? Reviro meus alfarrábios. Nada. 


Lucca, Toscana - Foto: Renato Spadafora
No meio do meu baú de receitas e memórias, encontro uma receita que me traz lembranças de uma 'vera' primavera. Na Toscana. A primeira vez que você adentra aqueles campos numa primavera nunca mais se esquece. O sutiã tudo bem. Pode até esquecer. Mas, a primavera na Toscana, aahh... A minha, então, foi sensacional. Sem destino certo pela Itália, sem hora, sem carro, sem preocupações, sem reservas, tomamos um trem de Veneza para Firenze durante o dia. Trem tipo pé duro mesmo. Um certo calorzinho de primavera no recinto. Devo confessar, que falta Rexona, lá. Do lado de fora, céu azul-imenso-lindo!



Wine tour Chianti
Enfeitiçada pela paisagem e dopada pelo calor e o balanço do trem, por um instante, achei que estava tendo uma miragem. Pela janela, naquela imensidão, naqueles campos sem fim, o ar inundado de flocos brancos. Ínfimas partículas brancas flutuando. Neve na primavera? Não pode ser!  O que era aquilo? Como podia estar acontecendo aquilo. Seria uma inversão térmica? La ninã está nos sacaneando. Só pode. Perseguindo a gente até aqui? Miragem... Foram dez segundos para entender que estávamos no meio de uma tempestade de polén! De pólen. Non ha mai visto! Não me lembro se tiramos fotos. Não as encontrei. Acho que esquecemos em algum lugar nestas andanças e mudanças de casa. Mas, desejo que este esquecimento nunca derrube a imagem tatuada na memória.


Pisa, Toscana - Foto: Renato Spadafora
E para relembrar o momento, vai aí a receita do baú da Toscana. De Pisa! Nome sugestivo: strozzapreti. Mas não tem nada a ver com estrangular padres, não. Isto tudo é intriga. Recentemente, um chef italiano chegou a conclusão de que o nome deriva do grego, de straggalao (enrolar) e prepto (equivalente a escavar). Por que se fazem pequenas bolinhas enroladas como brigadeiros e, em alguns lugares, tem-se o costume de achatá-las com o dedo polegar. Mas eu não faço isto não! Deixo como uns brigadeiros de queijo e espinafre. @maniadebrigadeiro!

Strozzapreti Toscano

Foto: Letícia Amaral


Ingredientes:

200 gramas de espinafre fresco
400 gramas de ricota
250 gramas de farinha de trigo
2 ovos
110 gramas de queijo parmesão ralado

Modo de Fazer: Lave e cozinhe o espinafre em água e sal.  Escorra-o e pique em tirinhas finíssimas. Numa vasilha, misture o espinafre com os demais ingredientes até obter uma massa bem homogênea. Faça bolinhas como grandes brigadeiros. Ferva água com sal numa panela. E cozinhe as bolotas aos poucos, até que elas atinjam a superfície da água. Quando subirem espere mais 1 minuto para ter certeza que estão bem cozidas e as retire da água com a ajuda de uma escumadeira. Reserve e coloque em uma travessa as bolotas cozidas. Sirva com molho da sua preferência. No caso, eu fiz um molho rosé. Mas fica muito bom também acompanhado de manteiga derretida e sálvia. Hummm!




Ah! Quase me esqueci de dizer... Imperdoável lapso de memória... O vinho! Um chianti para acompanhar, é claro!

E a chuva se foi, misteriosamente,
assim como veio.

Então, vamos pedalar!

BEIJOS!!!

Um comentário:

  1. Achei legal esta receita! Vou fazer na segunda feirA! Talvez prá comemorar a retirada do dreno.....hehehe mas qual é o acompanhamento??? É tipo uma massa? Só ela??

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