sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Moqueca é Capixaba, o resto é Peixada!


E hoje tem festa no blog! Eba! Atingimos a marca de 5000 acessos! Uhuu! E muitas pessoas que haviam se mostrado céticas em relação a culinária, e que já haviam até perdido as esperanças de algum dia pilotar um fogão foram resgatadas das "junkey foods". Minha caixa de mensagens cheia de depoimentos bombásticos de amigos, parentes e seguidores que não só conseguiram executar as receitas, mas foram buscar outras e trouxeram algumas tantas pra mim. E no meio destas histórias, não tem só comida, não. Temos casamentos, almoços entre amigos, amizades nascendo, batizados, cuidados com doentes, laços afetivos se construindo e se reconstruindo. É isso aí pessoal! Vamos viver com mais qualidade. E isto começa com o cuidado com o nosso alimento.


Mas, não só de alimento vive o homem. E não precisa ser radical, né? É importante também cuidarmos daquilo que sai da nossa boca. Porque não importa se você pratica esportes, ioga, e faz a dieta da moda, só se alimenta de orgânicos, se continua falando abobrinhas e grosserias, tratando mal as pessoas e magoando os seus próximos. O cuidado tem que ser completo. Em ambos os fluxos. Da boca pra dentro e de dentro pra fora. Palavras ditas uma vez lançadas nunca mais se apagam. Aprendi isto a duras penas. É que nem na internet, postou, babau. Registrou-se a maledicência para a eternidade. Se você não tem algo bom a dizer, aproveite e escute o outro. Até porque aquela fala negativa que você lançou volta pra você no final deste fluxo. Energia atrai energia. Que seja boa, então!

E isto tem tudo a ver com o hábito cristão de comer peixe as sextas-feira. Querem saber porque? Consta que o hábito nasceu em respeito a Cristo, que entregou seu corpo na sexta-feira para salvação da humanidade. Daí, a abstinência a carne em respeito ao sangue de Cristo. E, então, os cristãos instituíram este hábito de comer peixe em vez de carne nas sexta-feiras, especialmente, na Sexta-feira Santa.

Mas, há outros tantos, cristãos ou não, que contestam este  costume justamente sob o argumento comentado acima. Dizem que  o importante não é o que entra, mas o que sai de sua boca. Eu já diria que não, o importante é o fluxo e o refluxo, como já falei.  Aquilo que entra e o que sai também. Temos que cuidar do nosso alimento. Peixe é muito bom. São as carnes de menor teor de gordura e mais alto nível de antioxidantes, vitaminas e elementos como os ômegas que têm ação anticancerígena, contribuem para o aumento do colesterol bom e, assim, ajudam a manter um coração saudável e longe de doenças cardíacas.




E, como hoje é sexta-feira, deu aquela vontade de fazer diferente. Em vez de postar o drink de sempre. Vou postar uma receita que eu me sinto no dever e na obrigação de compartilhar com vocês. Moqueca capixaba! O resto, meus amigos, é peixada. Mas, como eu não quero arrumar encrenca com meus cunhados, devo dizer que a baiana também é muito saborosa, sabe?! É outra escola de moqueca. Mas, vocês vão ver que a "vera" moqueca capixaba é muito mais saudável e light. É só dar uma conferida na lista de ingredientes.

E ninguém melhor  que um espécime da cultura capixaba - que sou eu! - para passar esta receita que é a pura miscigenação do índio com o português. Peixe fresco, tomate, muito coentro e azeite. Puro deleite. Preparada na panela de barro feita por uma paneleira local.  Isto é que é sustentabilidade. Pra acompanhar meu avó Waldyr Ramos já dizia: - nunca beba água, vai ficar com sede a tarde inteira. Então, pra acompanhar o prato recomendo uma taça de um vinho branco verde português ou um Torrontés. Dois estilos diferentes, mas que cabem muito bem com a iguaria.

Moqueca Capixaba do Café Vélo Vert (filial Vitória - ES KKKK)




Ingredientes:

2 postas de badejo ou robalo (não aceite outro peixe de segunda!)
2 cebolas brancas médias cortadas em cubinhos bem pequenos
2 tomates cortados em cubinhos bem pequenos sem sementes
2 dentes de alho amassados
1 colher de sopa bem cheia de urucum 
azeite de oliva
coentro a gosto (no mínimo 4 a 5 galhos)
sal a gosto
suco de um limão



Modo de fazer: Lave as postas do peixe e acrescente limão. Deixe agir por 2 min e lave novamente. Numa panela de barro média com tampa, aquecer duas colheres de sopa de azeite, dourar o alho, acrescentar o sal e o urucum nesta mistura. Levar as postas a panela apenas para selar, passando os seus dois lados nesta mistura. Retire e reserve o peixe. Novamente na mesma panela, disponha a cebola e o tomate como se fosse uma cama. Recoloque as postas sobre esta cama. Regue com azeite e disponha o coentro picado a gosto sobre o peixe. Tampe a panela e deixe cozinhar por 20 min ou até que o peixe esteja macio. Corrija o sal. Não acrescente nada de água. Vocês vão ver que o tomate e a cebola vão chorar a água e criar um lindo caldo. Quando estiver pronto, a carne das postas deve estar soltando com o contato com o garfo. 

Dica: Sirva com arroz branco, pirão, moqueca de banana da terra. Amo! Outro dia dou a receita deste acompanhamento.


Ah, só faltou dizer que a pronúncia correta do nome em capixabês é: MUKEKA! Não se esqueçam. Importante fazer o biquinho do 'u' que nem francês.


Simplesmente, divino. Comida dos Deuses.

Vista da Terceira Ponte e Convento da Penha Vitória - ES
Foto: Renato Spadafora
E vamos pedalar mais felizes no fim desta tarde!

BEIJOS!!!





3 comentários:

  1. Titia veio aqui prá me fazer companhia e juntas lemos ENCANTADAS o seu relato! A receita,SORRY, ela também é mestra!!!! Como vc é capixaba e sabe fazer MUUUUUUKEKA!!kkkkkkkkk

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  2. Beijos!!! Recupere-se logo pra podermos dançar!!!

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