Hoje me deu vontade de falar sobre um lugar onde não vivi, mas visitei muitas e muitas vezes, seja fisicamente ou em histórias. Um lugar mágico, perdido num tempo de alegrias e farras, juventude e criancice, lutas e idealismo. Mas envolto em muita arte. E arte é coisa de gente grande, né? Arte parece um lugar inexplorável, inatingível, sagrado, em que as crianças não podem entrar. Mas não é, viu?! Eu deixo as minhas entrarem, sim, pintar, rolar e bordar. Pois eu sempre entrei e nunca fui coadjuvante, não. Assim a gente cresce também na alma.
Então, já começo divagando, né? O tal lugar sagrado é Ouro Preto. Onde meu pai viveu grande parte de suas aventuras. Foi criança e voltou adulto. Foi estudar sozinho menino magrinho com frio e voltou um homem forte e cheio de bagagem, conhecimentos sobre minérios, gemas, idéias, histórias, gosto pela arte, músicas, amigos artistas ou não, de todas as raças, credos e opções, e um amor. Tomou um caldo forte de vida lá naquelas Gerais.
E foi assim que eu ganhei uma família. Pois um dia minha mãe, artista, linda, loura de olhos verdeamendoados ou seria amêndoa esverdeados - até hoje não consegui concluir - foi fazer uma excursão por Ouro Preto. Isto é mandatório pra qualquer artista. Qualquer um que pretende um dia dizer "faço arte" tem que ter passado ali. É tipo eu dizer que estive no Fauchon. Não, não, é muito mais! Estive na Ritz Escoffier! Bem, voltando aqui pro papo. A bela conquistou o tal moço. Foi aí que tudo começou. Por isso, eu não tenho como me afastar nunca deste caldo de coisas, arte, música, e... comida! E, gente, né? Gente pra rir e chorar comigo.
Vou dar receita hoje inspirada em Ouro Preto. Mas antes vou contar uma das histórias de lá que curto muito. Reza a lenda que no internato em Mariana (cidade irmã de Ouro Preto) os meninos fizeram muita balbúrdia. Ficaram de castigo e não podiam ir até a cidade para farra do fim de semana. Um deles, no entanto, conseguiu sair, pois os pais estavam de passagem na cidade e a duras penas desencravaram um salvo-conduto pro maroto. Ele, então, recebeu dos outros uma encomenda. Chegando na Cidade se instalou num telefone e ligou para o internato. Fazendo voz grossa já mandou ver assim que a linha foi atendida do outro lado: - Alô, aqui é o Padre Chico. Tô ligando pra dizer que mudei de idéia. Pode soltar a meninada! Do outro lado, a voz abismada retrucou: - Estranho, pois aqui quem fala também é o Padre Chico. Como posso estar aí ao mesmo tempo? Desligou o telefone e enrijeceu mais a pena da macacada. Zé Dirceu tinha que ter passado por lá.
Essa é só uma das centenas, melhor milhares, e não é a mais engraçada ou picante das histórias. Parece até piada, mas é fato verídico. Verdade, verdadeira, que se conta acompanhada de uma pinga. Um dia escrevo um livro com as outras. Ou posto aqui no blog com outras receitinhas marotas.
A receita de hoje É muitooooô fácil. Não requer nenhuma destreza, mas somente um liquidificador simples marca barbante. Não precisa ter muita força não. Mas, o resultado, gente, taí uma "coizassin de loco"... melhor que uns "cazadin" com café. E faz uma vista linda num brunch.
Bolo salgado de polvilho
Ingredientes:
4 ovos
1 colher de café de sal
1 pitada de açúcar
3/4 de xícara de óleo vegetal
1/4 de xícara de água
1/2 xícara de parmesão ralado
2 xícaras de polvilho azedo
1 colher de chá de tomilho fresco
manteiga para untar e ramos de tomilho para enfeitar
Modo de fazer: Bata tudo no liquidificador até obter uma massa homogênea. Coloque para assar em uma forma de buraco com 20cm de diâmetro em forno preaquecido a 220˚C por 30 minutos. Desenforme e sirva quente decorado com tomilho.
Agora é só comer, rezar e amar!
Pedalar também! Que este troço tem gordura
pra queimar que é uma beleza!
Mas, amo!
BEIJOS!!!
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