E como a primavera se aproxima, vou falar em flores. Até porque não tivemos inverno neste ano. Flores comestíveis para começo de conversa. E, a flor eleita do post de hoje é a alcachofra. Isto por sua beleza, seu sabor e todas as propriedades medicinais.
E por falar em flor e beleza, vocês sabiam que a Marilyn Monroe - linda! - foi eleita Rainha da Alcachofra de Castroville em 1947? Que pele, hein?! Ela devia comer alcachofra.
Aliás, este mito beleza x alcachofra é muito antigo. A mitologia grega traz a lenda de Cynara, uma moça muito bonita por quem Zeus apaixonou-se perdidamente enquanto estava visitando seu irmão Poseidon. Para levá-la com ele ao Monte Olímpo teve que transformá-la em deusa. Mas, Cynara chegou lá e coitadinha não estava preparada para tanto luxo e perfeição. Ficou com saudades de casa e da mamãe, quis voltar a Terra. Zeus possesso - e com toda a razão, vamos combinar - transformou-a em uma planta e a trouxe de volta a terra. A planta é a árvore da alcachofra. Uma planta perene de quase 1 metro de altura e que dá flores todos os anos. No Brasil, entre os meses de setembro e novembro.
Agora, em termos de propriedades medicinais a alcachofra é 4D: depurativa, dexintoxicante, diurética e digestiva (ajuda na digestão das gorduras). Ajuda a abaixar os níveis de colesterol e atua principalmente na regulação da produção de bilis.
E a receita de hoje é novamente uma receita da nonna toscana do meu marido. As receitas dela são quase como regras de direito consuetudinário, que passam de geração a geração sem serem escritas. Não sabemos quem guarda o "Santo Graal", ou melhor, quem guarda o caderno de receitas dela. Quem foi a sortuda ou o sortudo? Mas, eu vou escrevendo aqui o que resgato pelo caminho, pelos cantos das panelas e pelos relatos apaixonados do meu marido. E, perdoe-me nonna se vou "abrasileirando" e "encapixabando" as suas receitas, mas ainda estamos na busca do "Santo Graal". Tirei uns ingredientes da receita original só para facilitar pros seguidores do blog e para mim também.
Alcachofra com farofa de pão
Ingredientes:
8 alcachofras frescas
1 cabeça de alho
2 pães velhos torrados
250 ml de azeite de oliva
orégano
sal a gosto
Modo de fazer:
1 Cortar os caules das alcachofras. Num caldeirão, cozinhar as alcachofras em água fervente com sal por 30 minutos ou até que os fundos fiquem cozidos. Para verificar se estão cozidos espetar o garfo no fundo das alcachofras. Se estiverem macios e soltando o garfo, já estarão prontas.
2 Para o molho, pique os dentes de alho em cubinhos bem pequenos. Frite-os em um pouco de azeite até que fiquem dourados.
3 Pique e macere os pães. Adicione aos pães macerados o azeite com o alho e o restante do azeite até obter uma farofa molhadinha.
4 Sirva as alcachofras como na foto acima. Sem as folhas e a penugem do centro e recheadas com a farofa de pão. Vocês podem comer a parte de baixo das folhas embebidas em azeite e flor de sal.
Dica: Não adianta tomar com vinho, pois alcachofra não combina com nenhum vinho, já dizia meu mestre Ciro Lilla*. Experimente tomar água após saborear uma folhinha ou a carne do fundo. Você vai sentir um sabor adocicado e alterado no fundo. E assim com o vinho também, detona o sabor da bebida. Então, melhor não tentar. Quem sabe uma cerveja? Eu não tentei, mas que tentar me avise o resultado.
Uma ótima semana!
Beijos!!!
* Introdução ao Mundo do Vinho, São Paulo, Martins Fontes, 2004.
Que saudades dessa receita!! Deliciosa!!
ResponderExcluirConsegui postar!!! Eba!! Fla
ResponderExcluirEhhh! É isso aí. Quero ver vc participando mais do blog, viu? Beijos
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