sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O quê? Perroquet?

Vou começar hoje o post com um assunto nada a ver. Mas, eu não poderia deixar passar. Hoje teremos uma noite de "Blue Moon". Vou explicar para todos o que é. E não tem nada a ver com a cor da lua ou a sua visibilidade, não.

Considera-se "Blue Moon" a terceira lua cheia de uma estação com quatro luas cheias. Ou ainda - apesar de os astrônomos acharem errado - a segunda lua cheia de um mês com duas luas cheias. Isto acontece em função das diferenças entre o antigo calendário lunar e o nosso calendário Gregoriano. Pois, é o dia 02.08 (dia do meu niver!) foi o primeiro de lua cheia e hoje, 31.08, temos a segunda do mês de agosto. Então, popularmente falando temos uma "Blue Moon". Só teremos a próxima lua azul fajuta em 31 de julho de 2015 e uma verdadeira "Blue Moon" em 21 de maio de 2016. Por isso, a expressão inglesa: "once in a blue moon".


Os esotéricos entendem que estes são períodos em que os portais de energia se abrem no universo. É uma época ou data propícia para limpezas espirituais, para busca de conquistas e concretizações de desejos e para o amor. 

Marseille pelo portal. Por Renato Spadafora


No entanto, o drink de hoje já estava escolhido há tempos. É o Perroquet, que de azul não tem nada. E, como "once in a blue moon" se encontra o Pastis por estas bandas, vou dar a receita do Perroquet pra vocês assim mesmo. É verde que nem o logo do Café Vélo Vert!

Foto: Renato Spadafora

O Pastis é uma bebida a base de anis encontrada em Marseille, ou melhor, Marselha. Desembarquei neste porto num verão há 13 anos atrás. Cheguei, chegando e gritando: que calor! A tardinha vi o povo tomando um Pastis nas calçadas com muito gelo. Guardei na memória, pois era uma bebida parecida Arak. Ficou naquela gaveta de gastronomia onde está o cabrito, sabe?
                                                                           Foto: Renato Spadafora

Mas, outro dia estava lendo o jornal ou na internet, não sei bem, e vi que o presidente da maison Pernod-Ricard, Patrick Ricard, tinha falecido. Foi o pai dele, o Paul Ricard, que inventou o Pastis em Marselha. Esta é uma bebida feita basicamente de anis e algumas outras ervas. Daí veio a idéia do drink.

E, também tínhamos ganhado um Pipperment Get27 (licor de menta) da minha sogra que é trés chic. O avô dela nasceu em Marseille. Por isso, ela conhecia a bebida. Não falo estas coisas aqui como "show up", não. É que devo confessar sou louca pelos anos 40, 50 e 60. Tudo me agrada. Não é porque é francês ou por ser moda o que é vintage. Mas, pelo simbolismo do presente. Esta garrafa de Pipperment estava cheiaaaa e em perfeito estado e veio guardada desde os anos 50. Virgem. E nos foi dada com um poder de abrir algo que estava guardado desde o século passado. É muita responsa. Tive que abrir. Porque pensei que pro outro século a garrafa podia não passar. Melhor que eu mesma desse um bom fim a ela. É esta da foto ao lado. Já bebi um pouquinho, junto com a família do meu marido. O resto vou bebendo até o fim da vida. E que seja longa!

Então, resolvi fazer um Perroquet. A receita é mole. Difícil é achar o Pastis aqui em Sampa, e o Pipperment, nem se fale, pois isto é muito vintage. Once in a blue moon! Quando eu for patrocinada pelo Empório Santa Maria ou pela Casa Santa Luzia, eu conto pra vocês onde achar. Por enquanto, quem quiser tomar tem que vir ao Café Vélo Vert.


Vamos lá pro Perroquet ou Papagaio, por causa da cor Vert Perroquet (Verde Papagaio)!

Ingredientes:

75 ml de água gelada
25 ml de Pastis
25 ml de Pipperment

Modo de Fazer: Simples. Coloque a água no copo, por cima o Pastis e o Pipperment. Raspas de gelo para quem gostar de bem gelado. Tome no fim da tarde. Olhando o mar. Dá aquela sensação de amplitude no horizonte, sabe? Sem contar que é super digestivo para aqueles sapos engolidos durante a semana. Respire fundo e siga em frente, pois semana que vem tem mais trampo. E, aproveitem bem a Blue Moon. Façam seus pedidos que eles se concretizarão!

Vive la vie en vert!

Beijos!!!!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pequenos Mimos: Brigadeiro de Vinho do Porto


Há uns dez anos atrás fiz minha primeira viagem a Portugal. Dirigimos desde o Algarve até o Norte, terminando a viagem em Vigo na Espanha. Voltei no ano passado pela última vez. E sempre volto cada vez mais encantada com as cidades, as comidas e os modos dos portugueses.  

Temos aqui no Brasil um certo preconceito pelo nosso colonizador, com piadas sarcásticas, indelicadas e bobas.  Mas eu só tenho elogios. Desde o desembarque em Lisboa - naquele aeroporto todo reformado e impecável! - até a saída.  Nunca sou tão bem tratada pelos agentes da imigração, pelas pessoas nas ruas,  pelos guardas e lojistas em nenhum outro lugar do mundo. E, na arquitetura e decoração, eles se modernizaram muito, conquistando um alto padrão de execução e um elevado bom gosto.

Apesar de não ser a minha cidade preferida em Portugal, O Porto tem muitos encantos. A arquitetura é linda. O vinho é um deles, tanto o Douro quanto o Vinho do Porto. Este último ótimo para acompanhar doces. Isto para não falar no bacalhau, nos cabritos, nas alheiras e miúdos... huum, e nas batatas. #amomuitoooo! Tô morrendo de saudades.

Certamente, esta minha paixão por gastronomia e preparação de festas nasceu também da vivência junto a um tio avô português, minhoto (da Região do Minho), que tinha um restaurante no centro do Rio de Janeiro. É, há 40 anos atrás isto ainda era possível. Adentrando a cozinha, sentia-se o cheiro do "angú à bahiana", polenta molinha com miúdos de frango ensopado por cima. Numa outra vez, durante um dia inteiro, eu o acompanhei no preparo de paletas de cabrito imersas nos tonéis com vinho com ervas para uma festa. Esta memória que quase me escapa de tão antiga, ainda me faz derramar lágrimas de saudade. Então, sempre que posso repito a receita, pois faço de coração ou "by heart", como se diz na língua inglesa. Nunca pude anotá-la, pois estava muito ocupada aprendendo os truques. Farei isto em breve. Mas, ainda não hoje.

Para hoje, inspirada na minha aula de ontem, em que a professora Andréa Esquivel comentava sobre a "missigenação gastronômica" - que meu tio avô já praticava há muito - resolvi postar a receitinha que executei no fim de semana passado para presentear novos amigos queridos, que nos receberam com um charmoso churrasco. Gente cheia de bossa, agradável e tarde deliciosa. Tem combinação mais gostosa? Quase, quase, mas tem. Que tal experimentar um brigadeiro de vinho do Porto num copinho de chocolate amargo? Bela combinação luso-afro-brasileira.

Passo a receitinha. Um mimo para presentear e para degustar. 

Brigadeiro de Vinho do Porto

Ingredientes:

1 lata de leite condensado
1 xícara de vinho do Porto
1 colher de sopa de manteiga
20 copinhos de chocolate amargo (*comprar na loja O Bondinho)
1/2 xícara de confeito tipo glitter dourado (*idem)

Modo de Fazer: Numa panelinha coloque o vinho do Porto para reduzir em fogo baixo até formar uma calda espessa. Em outra panela, coloque o leite condensado e a manteiga e mexa até ferver. Quando ferver abaixe o fogo e deixe cozinhar até soltar do fundo da panela. Neste momento, desligue o fogo e vá acrescentando o vinho do Porto devagar ao brigadeiro. Depois de frio, sirva nos copinhos com a ajuda de uma colher de café e salpique o confeito por cima. Lindo! Delicioso.


Boa noite! Doces sonhos para todos!

Até amanhã!

Beijox!

P.S.: *Indicação para ficar mais fácil. Não estou recebendo patrocínio! O Bondinho,  Av. Pompéia, no. 1795, São Paulo - SP. Loja online www.obondinhochoc.com.br.



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O que fazer quando eles não querem comer?

Post atrasadérrimos hoje, hein?! Fui estudar um pouco, buscar novidades. E como já dizia Einstein: 'A mente que se abre para uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original'. A minha  teve um alargamento irreparável. Kkkkkkkkkkkk.


Tive uma aula com uma professora de nutrição, a Dra. Andréa Esquivel, que falou sobre os ingredientes da comida regional brasileira e o uso da tecnologia na nossa culinária. Show. Algumas coisas já conheci na minha viagem ao Amazonas e da literatura, outras foram super novidades. Tenho ingredientes e receitas novas, haha! Vou testar e depois post aqui no blog. Agora outras, não vou nem pensar, nem relembrar, pois amo meu marido sem parar - tiras de figado com jiló!!!!! Seria divórcio na certa.

Daí, tive que me deslocar aqui em Sampa. E eu estou cada dia mais surtada de medo do trânsito! Optei por meios alternativos de transporte. Foi aí que me deparei com uma novidade super legal. E eu já tinha ouvido de longe, mas não tinha idéia de que isto já era possível, pois vivia confinada aqui no jardim do Café. E hoje tive que ir a um bairro afastado e me deparei com a novidade: andar de bike e metrô ao mesmo tempo. O metrô é todo sinalizado para os bikers e tem locais e carros específicos para os embarques das vélo. Mas, realmente, eu não testei nos horários de pico como funciona. O máximo que vi foi no horário do almoço que, apesar de tudo, estava muito sossegado. Numa boa. Agora, tenho dúvidas se encaro um horário de pico mesmo, como 18hs.


Mudando de assunto, ou melhor, voltando para o assunto do post de hoje, ontem eu postei os tramezzini de pepinos, que originalmente faria para as crianças. Mas, que acabei incluindo como uma opção de entrada veggie para uma reunião com amigos. E aí, minha amiga que é vegetariana - mas os filhos não! - desesperada me pergunta o que fazer quando eles não querem comer nada no jantar e ela está cansada e não quer brigar.

Respondi: menu sedução para crianças! Sanduíches leves e nutritivos com carinha de bichinhos. Até eu fico feliz em comer uma coisinha lindinha no jantar quando estou muito cansada de jantares e dietas convencionais. Isto anima e não dá muito trabalho.

Veja só, não tem uma receita destes sanduíches muito fechada, não. Vocês podem elaborá-los com a sua imaginação e as sobras da sua geladeira, além de uma saladinha fresca e alguns temperinhos.

A receita que eu executei e está nas fotos usou:

1 unidade de pão tipo tortilha normal (tipo Rap10)
1 1/2 colher de sopa de carne moída (pode ser frango em tirinhas, presunto de peru, lombinho canadense, e até não ter carne, ter espinhafre ou abobrinhas e beringelas com azeitonas pretas picadas!)
1 colher de sopa de tomate picadinho
1 colher de sopa de muzzarela ralada na hora no ralador mais grosso 
2 folhas de alface frisé cortadas em tirinhas
uma pitada de orégano
azeite de oliva

Modo de fazer: Numa frigideira para fazer crepes antiaderente (plana), aqueça um fio de azeite. Doure a massa do pão de um lado. Depois do outro. Desligue o fogo e acrescente o recheio de sua preferência. Por fim, dobre como quiser. E para as crianças enfeite com ovos e azeitonas formando um rostinho simpático. Haverá repeteco na certa. Não há uma criança que resista a esta sedução. É tiro e queda! Boooo!


Boa noite e um ótimo dia amanhã!

Prometo que posto algo bem legal no fim da tarde de amanhã.

Beijos!!!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Tramezzini de Pepinos e Ervas


"É de pequenino que se torce o pepino." Já dizia o ditado popular. E foi assim na busca por alternativas mais saudáveis para o lanche das crianças - que hoje em dia só querem comer biscoito, pizza e pão de queijo (!) - é que eu cheguei nesta receitinha fácil e simpática dos tais sanduichinhos de pepino. E sabe que no fim até me animou servir como uma entradinha em encontros com os amigos, pois dependendo da apresentação fica super chic. E quebra o galho com aquela amiga veggie, pois eu tenho muitas delas. Inclusive, não contem pra ninguém, mas eu mesma fico adepta ao vegetarianismo em alguns longos períodos do ano.

E outro dia alguém me perguntou se esta receita era vegan. Não, não é. Só é vegetariana. E, por sinal, vocês sabem a diferença entre veganismo (ser vegan) e vegetarianismo (ser vegetariano ou veggie)? O veganismo é uma filosofia de vida que repudia o uso de qualquer produto animal pelos humanos seja para que fim se destine, inclusive para alimentação. Então, o veganismo é muito mais do que uma dieta alimentar. Este termo foi cunhado na Inglaterra em 1944, quando se fundou a The Vegan Society por pessoas que se desfiliaram da The Vegetarian Society por questões ideológicas. Já os vegetarianos são pessoas que adotam uma dieta em que, de modo geral, estão excluídas as carnes. No entanto, em alguma linhas vegetarianas se pode consumir até peixes, ovos, leite e outros produtos animais, desde que não sejam carnes, inclusive de frango.

Outro fato interessante é que olhamos o pepino, que é o ingrediente base da receita, e pensamos que só tem água. Qual será o benefício deste vegetal de forma fálica e estranha, minha gente? Vocês pensaram no marciano, no E.T. de Varginha, não foi? Enganaram-se o pepino é um diurético natural e super recomendado para aqueles que sofrem de pedra nos rins. Tem alto poder emoliente e hidratante. A sua polpa contém vitamina C, potássio e ácido cafeíco, que ajudam o restabelecimento do organismo, combatendo ou evitando processos inflamatórios. Estes são só alguns dos benefícios, além dos inúmeros outros que eu poderia desfilar aqui, mas falta espaço no blog.

Passo, então, para a receita. Vejam na foto que lindinhos que ficam! Super dica para quem recebe vegetarianos... ou não!

Tramezzini de Pepinos e Ervas

Ingredientes:

2 fatias de pão de forma integral sem casca
2 fatias de pão de forma branco light sem casca
12 rodelas de pepino japonês cortadas bem fininhas
2 colheres de chá de cream cheese light
2 colheres de chá de ervas picadas (salsa, cebolinha e dill)

Modo de fazer: Pique e quase triture as ervas frescas com a ponta da faca. Misture as ervas ao cream cheese até obter uma pasta. Passe a pasta num dos lados de cada fatia de pão. Para cada sanduíche disponha uma fatia de cada tipo de pão, integral ou branco. Recheie os sanduíches com as rodelas de pepino. Corte cada sanduíche em mini sanduichinhos para a apresentação final.

Rendimento: 16 tramezzini

Vale servir os sanduíches cobertos por um punhado de broto de alfafa. Fica super delicado!

Aproveitem a receita e bom dia!

E bem-vindo, Pedro, que logo, logo vai estar andando na bike e na vibe do Café Vélo Vert.



Beijos mil!!!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Frango Oriental com Gengibre

Hoje eu passei para postar esta receita na velocidade de uma tempestade tropical, do Isacc. Tá na moda. Que horror! Só não quero estragar a Tea Party de ninguém, como ele fará na Florida.

E vocês sabiam o motivo de furacão levar nome? Um amigo disse que leva nome de mulher porque quando passa leva seu carro, sua casa, sua vida, tudo! Que maldoso, né? Mas, eu presenciei algumas tempestades tropicais e furacões quando estive a trabalho na Flórida, especialmente na época do Katrina e do Wilma, e é bem isso aí. Mas, ainda, lembrei-me de alguns nomes de homem famosos, como o Andrew, por exemplo, em 1992. Então, estas tempestades não levam só nome de mulher, não. Isto aconteceu só até 1979. Daí pra frente foram incorporados à lista nomes de homens também. E, quando a tempestade causas danos irreparáveis os nomes são retirados da lista. E, tem uma lista para o Atlântico e para o Pacífico. E, graças "ao Universo" - como diz outra amiga! - o meu nome não está em nenhuma lista. (Kkkkkkk)


Então, mudando de assunto, a receita de hoje leva um alimento termogênico que eu adoroooo, o gengibre. O cheiro é maravilhoso. E as propriedades medicinais são inúmeras também. Vão desde ação antioxidante, antiinflamatória, quanto preventiva do câncer de cólon e de útero. Seu chá e seu óleo são super recomendados para aliviar náuseas, inclusive para pessoas em processo de quimioterapia.

Vai aí a receita. Hoje um pouco mais complicada do que de costume. Mas, vale muito a pena. Vocês vão ver como não leva quase nenhuma gordura.

Frango Oriental com Gengibre



Ingredientes:

4 peitos de frango sem pele e desossados, cortados em tiras de 1 cm
4 cebolinhas, bem picadas
1 cenoura cortada julienne em tirinhas bem finas
100 gramas de cogumelos shitake
100 gramas de aspargos ou vagem
1 punhado de moyashi ou cebolinha para enfeitar

Para a marinada:

1-2 pimentas malaguetas sem sementes, bem picadas
1 dente de alho bem picado
1 pedaço de gengibre fresco bem ralado
1 colher de sopa de shoyu light
1 colher de sopa de sementes de gergelim tostadas

Modo de Fazer: Coloque o frango e todos os ingredientes da marinada em um prato raso. E deixe descansar na geladeira por 45 min, sempre virando o frango. Após coloque o frango para cozinhar numa panela a vapor. Cubra-o com a marinada e, por cima de tudo, com os vegetais, exceto os aspargos ou a vagem. Deixe cozinhar por 20 min, até que a carne fique macia. Acrescente os aspargos ou a vagem nos 5 minutos finais. Pode enfeitar o frango com um punhado de broto de feijão ou moyashi ou com cebolinha.

Bom dia!



Beijos!!!

domingo, 26 de agosto de 2012

Atum em Crosta de Gergelim e Chia

O que tem pra hoje? É festa! É  big, é big, é hora, é hora, é hora... É 'big' ou é 'pique'? É big, pessoal, porque ela é carioca da gema! E, hoje vamos comemorar o niver da minha Dinda. 


Arranjo e foto: Márcia Amaral

Dinda é a pessoa mais positiva deste mundo. Dê a ela um problema, e que venha uma adversidade grande, e isto significará solução, ou melhor, soluções criativas na certa. Acho que que Marte e Mercúrio formavam uma conjunção perfeita neste céu quando ela nasceu, favorecendo a organização, a leitura, os desafios intelectuais, os acordos, as conversas e debates com resultados práticos e sobretudo eficientes. Tudo isto sem deixar de ser uma super venusiana, envolvente e linda!

Mas, a questão é que ela é uma gourmand super exigente. Então, passei semanas pensando na receita do post. Poderia ser desde uma taça de Taitainger brut com pêras e queijo pecorino, steak tartar, "n" tipos de finger foods sofisticadas, até o prato de hoje. E, como eu estava devendo esta receita pra ela há anos... Resolvi executar e publicar, na esperança de repetir a execução em breve na próxima oportunidade de nos reencontrarmos.


Ah, só um parêntesis aqui pra explicar que - como sempre! - eu mudei a receita tradicional e à crosta de gergelim brancos serão adicionadas, em vez de sementes de gergelim pretas, chia em grãos. A chia ou sálvia hispânica é riquíssima em ômega 3 e 6. Assim, vamos potencializar o efeito do atum com a chia. Mas, não se esqueçam de beber muita água, pois a chia absorve a água e garante aquele efeito de saciedade, e também ajuda a dissolver as gorduras do organismo.

Então, aí vai... Atum em crosta de Gergelim e Chia

Ingredientes:

Para o Atum:

1 peça de atum pequena (cerca de 250 gramas) cortada em uma tira comprida (15 cm)
1 prato fundo com uma camada de gergelim e chia cobrindo todo o fundo
azeite de oliva
água corrente

Modo de fazer: Lave o atum em água corrente. Escorra. Passe o peixe ainda  úmido no prato com gergelim e chia e empane toda a lateral. Deixe as pontas com a carne aparecendo. Por estes lados, você vai ver o ponto de cozimento. Numa frigideira de fundo pesado, aqueça um fio de azeite de oliva. Quando estiver aquecido, coloque o peixe e vá selando as laterais, virando o peixe, até que só o centro esteja cru, envolto pela crosta crocante e um anel de carne frita. Deixe esfriar e fatie em rodelas de cerca de 1,5 cm.

Para o molho:

1/3 de xícara de chá de shoyu
1/3 de xícara de chá de cebolinha e salsinhas picadas
1/3 de xícara de chá de água
2 colheres de chá de gengibre ralado
2 colheres de sopa ou tempero para sushi suave


E vamos comemora! É big! É big!


Bom dia pra todos vocês também!



Beijuuxxxssss!!!!


sábado, 25 de agosto de 2012

Vitel Thoné ou Vitello Tonnato?

E o prato de hoje é motivo de uma disputa entre italianos e franceses. Todo mundo pensa que a rixa é entre franceses e ingleses. Mas, os ingleses saem de cena, atacam por um outro lado, e deixam a briga rolar e com muita pose, astúcia e diplomacia. Deixam que os franceses e os italianos querelem, engalfinhem-se e depois partam para aquele abraço, enquanto isto estão assumindo em outro flanco. Sempre foi assim desde o Tratado de Arras, com Felipe, o Bom, de Borgonha e Carlos VII da França, em 1435. Portanto, nada de novo. Vê-se que esta rixa é antiga. É como o relacionamento entre brasileiros e argentinos, sabe?



Então, na gastronomia não poderia deixar de ser igual. Os italianos do Piemonte avocam para eles a criação do prato Vitello Tonnato. E os franceses dizem que foram eles que inventaram o Vitel Thoné. Esta confusão, certamente, iniciou-se quando Catarina de Médici - acho que já falei dela aqui - casou-se com Henrique II da França. Coube a Catarina, a Rainha Comilona, levar para a França toda a gastronomia renascentista e ensinar aos franceses um pouco de "savoir faire", como usar talheres, toalhas de mesa e lavar as mãos antes de comer. Mas, os franceses desenvolveram técnicas e aprimoraram as receitas. Eles, realmente, reiventaram com muito "glamour" os pratos e até criaram  novos ingredientes como o chantilly. Chic, né?

Assim, começou a história no mundo da gastronomia: os italianos criam, os franceses aprimoram e os brasileiros esculhambam e os ingleses repetem nos programas de TV por assinatura e viram celebridades! Pois, é. Como na receita de hoje, que eu passo de chamar de Vitel Thoné - só porque acho o som mais bonito. Dizem que os franceses acrescentaram as alcaparras e a mostarda à receita original italiana, criada no Piemonte. E, nós os brasileiros repetimos a receita usando carne de boi velho - lagarto - e não de vitela. 

Tudo bem, né? Porque comer carne já não é uma coisa legal - prometi que não vou ficar ecochata, nem veganchata - mas, de vitelo é dureza, mesmo que seja chic. Mas, vamos lá, pois esta receita tem um antídoto contra a carne, o atum tem muito Omêga 3, que favorece diversas funções do organismo e traz inúmeros benefícios, dentre os quais os mais conhecidos são a ativação da capacidade mental e a neutralização do stress. 

Passo à receitinha básica, refrescante e ótima para o verão - verão? É. Tá um veraozão aqui em Sampa, gente! Nunca vi um inverno mais quente e seco.

Guardem com carinho, como eu guardei nestes 18 anos, pois é receita de família da nonna do meu amore, nonna Mignon - vero italiana com nome de francesa!

Vitel Thoné 

Lagarto:

Ingredientes:

750 gramas de lagarto bem limpo
2 folhas de louro
1/2 cenoura em rodelas
1 cebola inteira picada
alho
sal a gosto

Modo de Fazer: Salgue a carne, coloque o lagarto na panela de pressão com os outro ingredientes e a água até cobrir a carne. Deixe cozinhar por 30-35 min. A carne deve estar soltando do garfo após este tempo.

Molho de atum:

Ingredientes:

1 lata de atum em conserva em água light
1 colher de sobremesa de mostarda com ervas
1 colher de sopa de alcaparras pequenas
2 colheres de sopa de azeite de oliva
2 colheres de sopa de maionese


Modo de fazer: Bata todos os ingredientes no liquidificador ou processador manual até que se obtenha um creme uniforme.

Finalização e empratamento: Fatie o lagarto após esfriar em fatias bem finas. Disponha as fatias em um prato lado-a-lado. Espalhe o molho por cima da carne e enfeite com as alcaparras. Se quiser, a receita poderá ser disposta em várias camadas, intercalando-se as fatias de carne e o molho.


Bom dia para todos! 

Chega de moleza! Pedala aí, que atrás vem gente! 


Só a nonna pode descansar. Descanse em paz...

Beijos!!!


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Bombeirinho?!

Sexta-feira foi instituído o dia do drink aqui no blog. Sempre que possível, e havendo idéias legais disponíveis ou nenhum outro assunto relevante e emergente, vou tentar postar uma receita de um drink gostoso ou curioso, e que tenha a ver com algum lugar onde já estive ou alguém querido. 

Este é o caso do drink eleito de hoje, o "Bombeirinho". Vocês devem estar pensando que diabos é este negócio. Primeiro, é bom esclarecer que não tem nada a ver com aquela atriz-modelo carioca, ex do arquibiliô. Nem com o Corpo de Bombeiros, instituição pela qual tenho uma infinita gratidão - isto tem a ver com um acidente de carro, história grande, se tiver coragem um dia conto pra vocês. Bem, o nome do drink decorre somente da cor, porque fogo, queridos, ele não apaga mesmo.  Muitíssimo pelo contrário. É fogo na certa! Ou melhor, é foguete! E, o blog Café Vélo Vert adverte: "Beba com moderação. De preferência num lugar onde você esteja muito a vontade e sem pressa de sair. E se beber, não dirija! E não jogue baralho também (Kkkkkkk)."

A bebida base do drink é o Campari. Aí vocês devem estar pensando que eu vou falar da Itália. E que eu vou vir toda melosa com a estória de que é minha segunda pátria etc etc blá, blá, blá, já que este bitter foi criado por um milanês, Gaspare Campari, que nos idos de 1860 tinha o seu "Caffè Campari", localizado na Galeria Vittorio Emmanuele, na frente da Catedral de Milão.

Uuuhhh, erraram! Guardem Milão para o "Americano", assim como Firenze e Treviso para o "Negroni". Eu me lembrei mesmo da Praia da Areia Preta, em Guarapari, litoral do Estado do Espírito Santo, onde passei muitos e muitos verões. Lugar lindo, que a exploração imobiliária desenfreada e a ignorância sobre o que seria urbanismo - aliás o que é isso mesmo? - fez questão de assolar. Não sobrou nada! Nem a areia preta, nem o caranguejinho ao lado... Só história pra contar.
Igreja antiga de Guarapari - Praia das Virtudes - Foto: Renato Spadafora

Voltando à conversa legal, vocês sabiam que o pessoal do Campari é melhor que o da Coca-Cola em termos de guardar sigilo sobre a fórmula? São quase 150 anos de mistério. Dizem que a bebida tem mais de sessenta ingredientes, dentre os quais ervas, maceradas num malte de água e álcool. Melhor não tentar saber. Coisa de louco. Não, coisa de italiano. E o tal Gaspare era um italiano "marketeiro" de uma figa - nada contra, amore,  scusami, te voglio tanto bene. Logo que inventou o drink colocou o nome de "bitter di Holanda", porque na época as bebidas holandesas estavam em voga ou será que foi influenciado pelo quadro de Van Gogh aí ao lado? Ih, agora eu já estou confundindo tudo! Acho que bebi demais.

Então vamos lá, segue o truque do drink bastante apreciado por um grupo de casais que frequentava a Praia da Areia Preta. Agora eles não se reúnem mais na tal Praia. A mesa do truco subiu uma serra. O perigo agora é voltarem rolando de lá! (Kkkkkkk)

Bombeirinho:  2 doses de Campari para 1 de vodka hiper gelada. E, mais gelo. Quem quiser pode acrescentar uma rodela de limão siciliano na borda do copo para fazer aquele charme. Desculpe-me, mas faz parte da decoração! Quem amarelar, pode colocar 1 ou duas doses de club soda.






Bom dia para vocês! 


Iih, ou melhor, boa noite de sexta pra todos! E deixa o Campari rolar!*




Baci mille!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Menos é Mais: Receita de Pão Básico

Sampa é demais! Apesar de eu ficar divulgando receitas dos quatro cantos do mundo, e publicando as fotos de lugares maravilhosos, amo esta cidade na qual escolhi morar e criar minha família. Porque aqui tem uma miscelânia de cultura que é uma riqueza sem igual.  Sempre tem algum movimento de arte e coisas legais pra fazer. O duro é que se trabalha tanto, mas tanto (!), e que o trânsito é tão caótico, que as pessoas acabam totalmente exaustas e exasperadas. No fim, não conseguem aproveitar tudo de bom que a cidade proporciona. Então de que adianta? É por isso que nas próximas eleições municipais temos que exercer o nosso direito e dever de voto com consciência e escolher um prefeito e um partido que realmente tragam e executem uma proposta que valorize tudo que Sampa tem de maravilhoso. Basta de falatório, temos que exigir a execução também!

Bem, seguindo os conselhos de um amigo nosso, que há uns dois anos atrás decidiu parar tudo para um ano sabático - mas trabalhou mais que nos 20 anteriores - ontem dei uma parada nas atividades do Café Vélo Vert e dos eventos que estou organizando para os dois próximos meses. Fui até o Salão de Arte 2012, recém aberto ao público em geral. Maravilhoso! Recomendo. Mesmo que você não seja um galerista ou colecionador de arte. É um banho de cultura e arte. Tem uma sessão de joalheria que está lindíssima também. Vale a pena conferir. Nem que seja pra ficar babando, que nem cachorro vendo frango na porta da padaria.

O evento, que está acontecendo no Salão Marc Chagall do Clube A Hebraica (Rua Dr. Alberto Cardoso de Melo Neto, 115, Jardim Europa), ficará aberto até o domingo, 26/08. O legal, ainda, é que toda a sua renda é totalmente destinada à ACTC-Associação de Assistência à Criança e ao Adolescente Cardíacos e aos Transplantados do Coração. O ingresso também não é exorbitante para toda beleza que se vê lá dentro (R$30,00) e a nobreza da causa.

Diante de tanta beleza e opulência, retorno aqui pro meu mundinho pensando: é tudo bonito, tudo maravilho, tudo "tão" D+, mas, realmente, o que fica é o que está dentro de nós mesmos e a nossa família. Vale a velha máxima: "Menos é mais."

Portanto, a receita de hoje é simples e para alimentar a família. Comer no café da manhã ou da tarde, acompanhado de uma geléia bem gostosa de sua preferência.

Receita de Pão Básico

Ingredientes:

475 gramas de farinha de trigo (e um pouco mais para polvilhar)
1 1/2 colher de chá de sal
2 colheres de chá de sucralose para culinária ou açúcar (prefira o primeiro)
2 colheres de chá de fermento biológico instântaneo
30 gramas de manteiga sem sal
275 ml de água (ou por aí)

Modo de fazer: Numa tigela, misture os 3 primeiros ingredientes. Acrescente o fermento e a manteiga e misture que nem o outro pão de abobrinha que ensinei há uns posts atrás. Obtenha uma massa homogênea. Se precisar de mais água acrescente, mas aos poucos pra não estragar o ponto. Sove a massa em uma superfície povilhada com a farinha (de trigo! - outro dia numa receita de pizza minha prima me pergunto se a farinha a que me referia era de fazer farofa: "Darling, não, é de trigo!"). Bem sovada a massa, faça uma bola, disponha numa superfície lisa e cubra com um filme de PVC. Deixe crescer até dobrar de tamanho (uns 15 min). Sove a massa novamente para retirar todo o ar que se acumulou dentro dela. Aproveite e desconte toda a sua raiva por estar no trânsito de Sampa querendo chegar a um lugar legal! Ajuste a massa em uma forma grande para bolo inglês. Cubra de novo com o "filmito" e deixe dobrar novamente de tamanho por cerca de 20 min. Coloque para assar em um forno preaquecido a 220C (preciso aprender onde fica o sinal do grau no meu computador!). Asse por cerca de 30-35min ou até que esteja dourado e crescido.

Um dia lindo pra vocês! Que o trânsito não acabe com o nosso bom humor. Vá de bike!



Beijos!!!